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Nos últimos tempos, tem-se observado uma mudança significativa na forma como muitos cultuam a Deus. Em diversos lugares, o culto público tornou-se um espetáculo de emoções, luzes e estímulos sensoriais. Embora a emoção faça parte da experiência humana e não seja em si um mal, é necessário lembrar que o culto cristão não deve se fundamentar nas emoções, mas na verdade revelada de Deus.
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, exorta:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1)
O termo “culto racional” (no grego logikē latreia) refere-se a um culto consciente, fundamentado na razão iluminada pela Palavra. É um culto que envolve mente e coração, emoção e entendimento, mas sempre sob a direção do Espírito e da verdade (João 4:24).
O problema do culto centrado no emocionalismo é que ele busca provocar sensações, e não conduzir à adoração genuína. Quando a música, as palavras e os gestos são usados apenas para despertar sentimentos momentâneos, o foco se desloca de Deus para o homem. Em vez de glorificar o Senhor, muitos buscam “sentir algo” — e medem a presença de Deus por suas emoções.
Contudo, o verdadeiro culto cristão é um ato de obediência, não de sensações. Ele nasce da gratidão por tudo o que Cristo fez na cruz, é guiado pela Palavra e tem como objetivo a glória de Deus. A emoção pode estar presente, mas não deve governar o culto.
A razão, por sua vez, deve ser cativa a Cristo (2 Coríntios 10:5). O culto racional não é frio ou mecânico; é cheio de reverência, fé e entendimento. Quando o crente compreende o que canta, o que ouve e o que faz diante de Deus, sua emoção é purificada e se torna expressão sincera de adoração.
O culto racional nos lembra que Deus não busca performances, mas corações quebrantados e mentes transformadas pela verdade. Portanto, devemos voltar às Escrituras como o centro da adoração — pregação fiel, cânticos teologicamente ricos, orações sinceras e uma atitude de humildade diante do Senhor.
Somente assim o culto deixará de ser um espetáculo humano para se tornar, de fato, um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
