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Brasil deixa aliança internacional sobre Holocausto e agrava crise diplomática com Israel

Governo Lula se retira de entidade contra o antissemitismo e reforça apoio a ação que acusa Israel de genocídio.
em
26 de julho de 2025
(Imagem Ilustrativa)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), organização intergovernamental criada para preservar a memória das vítimas do Holocausto e combater o antissemitismo. O país atuava como membro observador desde 2021.

A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel e confirmada pelos portais Poder360 e Metrópoles. Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Segundo fontes ligadas à diplomacia israelense, o Itamaraty já comunicou à embaixada de Israel em Brasília o processo de desligamento, sem apresentar justificativas. Em nota publicada na rede X (antigo Twitter), o governo israelense classificou a medida como “imprudente e vergonhosa”.

“Ao abandonar o consenso global contra o antissemitismo, o Brasil toma uma atitude lamentável justamente em um momento em que Israel enfrenta ameaças existenciais”, afirmou a chancelaria israelense.

Israel também relacionou a saída da IHRA ao recente apoio do Brasil à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza. A adesão brasileira ao processo foi formalizada na quarta-feira (23), conforme anunciado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Em nota, o Itamaraty informou que a decisão está baseada na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, adotada pelas Nações Unidas após a Segunda Guerra Mundial. Segundo o ministério, a iniciativa visa garantir o cumprimento do Direito Internacional diante da possibilidade de violações graves contra a população palestina.

As relações entre Brasil e Israel têm se deteriorado desde o início do atual governo. A crise se intensificou após declarações do presidente Lula, que, em fevereiro de 2024, comparou a ofensiva militar israelense em Gaza ao Holocausto. A fala gerou forte reação internacional, e o governo israelense declarou Lula persona non grata. Em resposta, o Brasil retirou seu embaixador de Tel Aviv.

Outro ponto de atrito envolve a nomeação do novo embaixador de Israel no Brasil. O governo brasileiro ainda não aprovou o nome de Gali Dagan, indicado por Israel para chefiar a missão diplomática em Brasília, o que pode prolongar o impasse entre os dois países.

com informações de Poder360 e Metrópoles

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