A relação entre os cristãos e Israel sempre foi marcada por um entrelaçamento espiritual, histórico e profético. Desde os tempos bíblicos até os dias atuais, o povo judeu tem ocupado um lugar central nos planos de Deus. Mas diante do cenário contemporâneo — com conflitos geopolíticos, tensões religiosas e desinformação — muitos cristãos se perguntam: qual deve ser nossa atitude em relação a Israel hoje?
A resposta precisa estar fundamentada na Palavra de Deus, e não apenas em opiniões ou visões políticas. Vejamos, à luz das Escrituras, como o cristão deve se posicionar.
1. Reconhecer que Israel tem um papel no plano de Deus
A Bíblia afirma que Deus escolheu Israel como nação para cumprir Seus propósitos:“Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra.” (Deuteronômio 7:6)
Mesmo após a vinda de Cristo, o apóstolo Paulo deixa claro que os judeus continuam sendo parte do plano divino:
“Pergunto, pois: Terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum!” (Romanos 11:1)
Israel não foi substituído, mas a Igreja foi enxertada espiritualmente nas promessas feitas a Abraão (Romanos 11:17-24). Por isso, os cristãos devem olhar para Israel com honra, reverência e temor a Deus, reconhecendo a soberania divina sobre os acontecimentos daquela nação.
2. Orar por Israel e buscar sua paz
O salmista nos dá um mandamento claro:“Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.” (Salmo 122:6)
Orar por Israel não significa concordar com todas as decisões políticas ou militares do Estado moderno. Significa interceder pelo povo, pelo cumprimento das promessas de Deus, pela salvação dos judeus e pela paz naquela região tão conturbada.
3. Amar o povo judeu como parte da nossa herança espiritual
Jesus nasceu judeu (Mateus 1:1-17), foi criado sob a Lei de Moisés e cumpriu toda a Escritura. Os apóstolos, os profetas e os primeiros cristãos também eram judeus. Por isso, o cristão verdadeiro não pode alimentar antissemitismo, preconceito ou desprezo por Israel.Paulo declara:
“Aos quais pertencem a adoção, e a glória, e os concertos, e a legislação, e o culto, e as promessas.” (Romanos 9:4)
Devemos, sim, demonstrar amor, respeito e gratidão ao povo judeu, pois foi por meio deles que nos veio o Salvador.
4. Anunciar o evangelho também aos judeus
O amor cristão se expressa, acima de tudo, no desejo de que todos conheçam a verdade. Isso inclui os judeus. Como disse Paulo:“O desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.” (Romanos 10:1)
Israel precisa conhecer o Messias — Yeshua HaMashiach — e a Igreja tem a responsabilidade de orar e testemunhar com sabedoria, sensibilidade e respeito pelas suas raízes culturais e religiosas.
5. Confiar no cumprimento profético das Escrituras
A restauração de Israel como nação em 1948 e os acontecimentos subsequentes fazem parte de um processo profético que ainda está em curso. Devemos vigiar, discernir os tempos e manter os olhos fixos no que Deus está realizando entre as nações.“E acontecerá naquele dia que porei Jerusalém como uma taça de tontear a todos os povos em redor...” (Zacarias 12:2)