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| Imagem ilustrativa (Portas Abertas) |
NAIRÓBI, Quênia — Um ex-líder muçulmano que entregou sua vida a Cristo depois de receber uma visão dentro de uma mesquita em Uganda foi brutalmente espancado por familiares, teve sua casa destruída e viu sua esposa e seus seis filhos serem levados à força. Ele precisou ser hospitalizado após o ataque, segundo relataram fontes locais.
Wambuzi Maka Uthman, de 39 anos, antes conhecido como xeque (professor islâmico), contou que, no dia 1º de agosto, após participar das orações de sexta-feira em Mayuge, no leste do país, adormeceu em um canto da mesquita.
“Lá tive uma visão: vi um homem vestido de branco, cercado por quatro anjos. Ele me chamou três vezes pelo nome — ‘Uthman, Uthman, Uthman’ — e, tomado de temor, me prostrei diante dele. Então Ele me ordenou que avisasse ao meu povo para que se arrependesse e se voltasse ao Deus vivo”, relatou Uthman ao Morning Star News.
De volta para casa, ainda no mesmo dia, encontrou um pastor da Igreja Elim, a quem compartilhou a experiência. Foi então que compreendeu que o homem que lhe apareceu era Jesus (“Issa”, em árabe), que o havia enviado como testemunha entre os muçulmanos.
Três dias depois, em 4 de agosto, Uthman começou a falar de Cristo para sua esposa, seus filhos e vizinhos. Segundo ele, a alegria era tão grande que não conseguia conter o amor por Jesus. Sua esposa, porém, acreditando que ele havia enlouquecido, contou aos irmãos dele sobre o ocorrido.
Naquele mesmo dia, a família preparou uma van para levá-lo a um centro médico psiquiátrico. Mas, ao perceberem que ele falava com lucidez sobre a visão que tivera, seus irmãos passaram a agredi-lo violentamente. O irmão mais velho o espancou no rosto, enquanto outros o atacaram com paus. Gravemente ferido e sangrando, ele conseguiu fugir por um matagal até a casa de um vizinho cristão, que o socorreu e o levou ao hospital em Mayuge.
Uthman permaneceu internado por uma semana, com graves hematomas no rosto. Enquanto recebia tratamento, sua esposa levou os seis filhos para viver com parentes. Além disso, familiares demoliram sua casa. O irmão, Said Isabirye Muhammad, justificou a ação afirmando: “Não podemos conviver com um infiel que prega Jesus como Filho de Deus, quando sabemos que Ele é apenas um mensageiro de Alá.”
Após deixar o hospital em 11 de agosto, Uthman precisou ser transferido para um local seguro, não divulgado por motivos de proteção.
Esse caso se soma a diversos outros episódios de perseguição contra cristãos em Uganda registrados nos últimos anos. Embora a Constituição do país garanta liberdade religiosa, inclusive o direito de mudar de fé, incidentes como esse ainda ocorrem, especialmente nas regiões orientais, onde há maior concentração muçulmana — que representa cerca de 12% da população ugandense.
Publiado originalmente no Morning Star News
