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| Imagem Ilustrativa: PIXABAY |
Vivemos uma era em que tudo precisa ser mostrado, registrado e compartilhado. A exposição virou sinônimo de relevância, e a aparência, critério de valor. Esse fenômeno não poupou nem mesmo o ambiente cristão. O que antes era altar, hoje muitas vezes se tornou palco; o que era devoção, agora é performance.
Há uma crescente tendência de transformar o Evangelho em produto e o ministério em marca pessoal. Sermões são preparados mais para agradar do que para confrontar, louvores são compostos pensando em alcance e engajamento, e muitos “ministérios” nascem mais do desejo de visibilidade do que de serviço.
A verdade é que o cristianismo contemporâneo enfrenta uma crise silenciosa: a da autenticidade. Jesus nunca chamou ninguém para ser popular, mas para ser discípulo. E o discipulado é o caminho do serviço, do anonimato, da cruz — não da autopromoção. Quando a motivação por trás da fé é a aprovação dos homens, o altar perde o fogo e o coração se esfria.
O problema não está nas plataformas, mas no propósito. Uma câmera pode pregar o Evangelho para milhões, mas também pode alimentar o ego de quem se coloca diante dela. A questão é: estamos usando as redes para glorificar a Deus ou para exibir a nós mesmos?
O cristão de hoje precisa resgatar o valor do secreto — aquele lugar onde ninguém aplaude, mas Deus vê. Jesus disse: “Quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto” (Mateus 6:6). O altar verdadeiro ainda é o coração quebrantado diante de Deus, longe dos holofotes.
Enquanto o mundo busca seguidores, Cristo ainda busca servos. Enquanto muitos querem um público, o Senhor procura adoradores em espírito e em verdade. E talvez o maior desafio da igreja moderna seja esse: escolher entre a performance que impressiona e a presença que transforma.
