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Onde a Bíblia é proibida: relatório mostra os países que mais dificultam o acesso à Palavra de Deus

Em muitos países, possuir uma Bíblia é crime. Relatório revela os lugares onde ler a Palavra de Deus é um risco de vida.
Publicado há
em
06/10/2025
Imagem ilustrativa (Pixabay)

Milhões ainda sem acesso à Bíblia

Um novo relatório internacional revelou que milhões de pessoas ainda não têm acesso à Bíblia — seja por perseguição, censura, pobreza ou falta de alfabetização. O levantamento faz parte da Iniciativa de Acesso à Bíblia, criada pela Portas Abertas Internacional em parceria com a Sociedade Bíblica Digital.

Chamado de Lista de Acesso à Bíblia (BAL), o estudo analisou 88 países e classificou quase três dezenas deles como tendo restrições “extremas” ou “severas” à leitura ou posse das Escrituras.

“A fome moderna pela Palavra de Deus não existe por falta de interesse, mas pelas barreiras que impedem as pessoas de ter uma Bíblia”, declarou Wybo Nicolai, cocriador da iniciativa.

Somália: a Bíblia é proibida por lei

No topo da lista está a Somália, país do leste africano de maioria muçulmana. Lá, imprimir, importar ou distribuir Bíblias é ilegal sob a rígida interpretação da lei islâmica Sharia.

A pobreza extrema agrava o problema: mais de 70% da população vive em miséria e insegurança alimentar. Mesmo que fosse legal, a compra de uma Bíblia seria inviável para a maioria.

Além disso, o grupo extremista Al-Shabaab mantém forte presença no país, tornando ainda mais perigoso possuir um exemplar das Escrituras.

Afeganistão: ler a Bíblia pode custar a vida

O Afeganistão aparece logo em seguida. Desde que o Talibã retomou o poder em 2021, o país vive sob vigilância religiosa intensa. A comunidade cristã local representa menos de 0,02% da população e é composta, em sua maioria, por convertidos do islamismo.

Todas as formas de impressão ou importação da Bíblia são proibidas, e o acesso digital é monitorado.

“Até mesmo ler a Bíblia no celular é considerado inseguro”, afirma o relatório. Crentes que forem descobertos podem enfrentar prisão, casamento forçado ou até execução.

Iêmen: evangelizar é crime de morte

Em terceiro lugar está o Iêmen, país onde a fé cristã é quase invisível. Sob o sistema legal islâmico, qualquer tentativa de evangelismo é vista como blasfêmia ou apostasia, crimes que podem resultar na pena de morte.

Dos cerca de 17 mil cristãos estimados, menos de um terço tem acesso à Bíblia — e a prática pública da fé é praticamente inexistente.

Coreia do Norte: a Bíblia é vista como inimiga do regime

A Coreia do Norte ocupa a quarta posição. Sob o regime da família Kim, o cristianismo é considerado uma ameaça direta ao culto à personalidade do líder.

“Na Coreia do Norte, a Bíblia não é apenas proibida — é temida”, descrevem os pesquisadores.

O simples ato de possuir uma Bíblia pode levar à prisão em campos de trabalho forçado, tortura ou execução. O governo norte-coreano mantém rígido controle sobre toda atividade religiosa.

Mauritânia: fé vigiada na internet

A Mauritânia, no norte da África, ficou em quinto lugar. O país se define constitucionalmente como Estado islâmico e pune a apostasia com a morte. A impressão, importação e exibição de materiais cristãos são proibidas, e até o acesso online a conteúdos bíblicos é monitorado.

Mesmo com quase metade da população conectada à internet, ler a Bíblia digitalmente pode resultar em processo criminal.

Eritreia: a “Coreia do Norte da África”

Em sexto lugar aparece a Eritreia, onde o governo controla rigidamente todas as atividades religiosas.

Embora cerca de metade da população se identifique como cristã, menos de 40% têm acesso às Escrituras.

A posse e leitura particular da Bíblia são severamente restringidas, especialmente entre protestantes e convertidos do islamismo.

Outros países sob restrição severa

O top 10 dos piores países para acesso à Bíblia é completado por Líbia, Argélia, Irã e Turcomenistão. Ao todo, o relatório identificou 15 países com restrições extremas e 18 com restrições severas.

Na segunda categoria estão nações como Butão, Arábia Saudita, Paquistão, China, Azerbaijão e Kuwait — onde o controle religioso e a censura continuam a limitar a liberdade de fé.

Armênia e Brasil: dois contrastes

A Armênia, primeiro país do mundo a adotar o cristianismo como religião oficial, aparece na 87ª posição. Lá, não há proibição à distribuição da Bíblia, mas a crise econômica e a falta de infraestrutura dificultam o acesso às Escrituras.

Na última colocação (88ª) está o Brasil, país de maioria cristã. Apesar da liberdade religiosa, o relatório aponta que a pobreza extrema em algumas regiões ainda impede famílias de adquirir uma Bíblia.

“Muitas pessoas precisam escolher entre comprar alimento ou um exemplar das Escrituras”, relata o estudo. O custo de impressão e os altos impostos também elevam o preço das Bíblias no país.

Uma realidade que ainda desafia o mundo cristão

O relatório da Iniciativa de Acesso à Bíblia contou com o apoio de organizações como Frontlines International, Bible League International, Biblica, Bible League Canada e OneHope.

Mesmo sendo o livro mais traduzido e distribuído do planeta, a Bíblia ainda é inacessível para milhões de pessoas. A pesquisa mostra que, em pleno século XXI, a liberdade de ter e ler a Palavra de Deus ainda é um privilégio — e não uma realidade universal.

“A Bíblia continua sendo luz em meio à escuridão, mas em muitos lugares, essa luz ainda é mantida sob vigilância.”

Fonte: The Christian Post

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