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| Imagem Ilustrativa/IA |
O evangelismo sempre foi a força motriz da fé cristã. Desde os dias dos apóstolos, levar as boas-novas de Cristo tem sido o chamado e o propósito da Igreja. No entanto, ao observarmos o evangelismo de hoje — seja nas ruas, nas praças, nas redes sociais ou nos lugares mais distantes — surge uma pergunta inevitável: até que ponto a palavra pregada ainda é o evangelho verdadeiro que conduz à conversão genuína?
Há um zelo admirável em muitos que saem às ruas com folhetos, cartazes e microfones, movidos pelo amor às almas. Outros cruzam fronteiras, enfrentando perigos e carências para anunciar o nome de Jesus. Esse esforço é digno e continua sendo essencial. Mas, em meio a tanto movimento evangelístico, nota-se também uma mudança sutil — e perigosa — no conteúdo da mensagem.
Em muitos casos, o evangelho pregado tornou-se um convite ao bem-estar, e não ao arrependimento. Fala-se de bênçãos, vitórias, superação, mas pouco se fala de pecado, cruz e santidade. O foco parece ter se deslocado do Cristo crucificado para o “eu” realizado. O resultado é que muitos aceitam uma versão confortável do evangelho, mas sem experimentar a transformação interior que o verdadeiro encontro com Cristo produz.
A conversão genuína não nasce de discursos motivacionais, mas da confrontação com a verdade — a verdade de que somos pecadores necessitados de um Salvador. Quando o evangelismo perde esse centro, ele pode atrair multidões, mas dificilmente gera discípulos.
Isso não significa que devamos ser duros ou insensíveis. O amor continua sendo o caminho mais eficaz para pregar. Mas amor verdadeiro não omite a verdade. O apóstolo Paulo escreveu que o evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” — e esse poder está na mensagem completa: graça e arrependimento, fé e obediência, cruz e ressurreição.
Talvez o desafio do evangelismo contemporâneo não seja tanto ir, mas o que dizer quando se vai. Se a Igreja recuperar o compromisso com a mensagem pura do evangelho, veremos novamente pessoas sendo não apenas tocadas, mas transformadas. Porque a verdadeira conversão não é uma emoção momentânea, e sim o nascimento de uma nova vida em Cristo.
