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Imagem Ilustrativa |
Nos últimos anos, o crescimento do movimento evangélico no Brasil e no mundo tem chamado atenção. Novas igrejas surgem, templos se enchem e estatísticas revelam números cada vez maiores de pessoas que se identificam como evangélicas ou cristãs. Aparentemente, trata-se de um “boom” espiritual. Mas a questão que precisa ser levantada é: estamos diante de um verdadeiro avivamento de fé ou de uma avalanche de adesões superficiais, movidas por modismo, cultura e conveniência?
É inegável que o evangelho tem poder transformador. Homens e mulheres que encontram a Cristo de fato passam por uma mudança profunda de vida, rompendo com velhos padrões e experimentando a liberdade que só Ele pode dar. No entanto, ao observarmos o cenário atual, também percebemos uma outra realidade: muitas pessoas se aproximam das igrejas não por convicção, mas por influência social, busca de benefícios imediatos ou mesmo para se enquadrar em uma identidade coletiva que vem crescendo.
Esse fenômeno levanta preocupações. Quando a fé se torna apenas uma etiqueta cultural, perde-se a essência do discipulado: seguir a Cristo, negar a si mesmo e tomar a cruz diariamente (Mateus 16:24). O verdadeiro evangelho não é um produto de consumo, mas uma chamada à transformação de vida. Se o crescimento numérico não for acompanhado de maturidade espiritual, de prática da Palavra e de compromisso com Jesus, corremos o risco de termos igrejas cheias, mas corações vazios.
Portanto, mais importante do que comemorar estatísticas é refletir sobre a qualidade dessa fé. Onde há conversão verdadeira, haverá frutos: amor, serviço, santidade, compromisso com a verdade do evangelho. Onde há apenas modismo, o tempo revelará fragilidade e abandono da caminhada cristã.
O desafio para a igreja hoje não é apenas crescer em número, mas formar discípulos autênticos. Afinal, Cristo não nos chamou para sermos multidão, mas para sermos discípulos que permanecem firmes até o fim.