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| 38 fiéis mortos em uma vigília de oração (Imagem representativa/Getty Images) |
Na madrugada de domingo, 27 de julho, um grupo de militantes islamistas armados invadiu uma vigília de oração católica na vila de Komanda, província de Ituri, nordeste da República Democrática do Congo (RDC), e matou 38 pessoas. Outras cinco pessoas foram assassinadas em uma comunidade vizinha, segundo relatos da imprensa internacional.
O ataque foi atribuído às Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde de origem ugandense que atua na região há décadas e, nos últimos anos, se declarou afiliado ao Estado Islâmico na Província Centro-Africana. Os militantes atacaram a igreja com armas de fogo e facões por volta da 1h da manhã. A igreja atingida foi identificada como a Paróquia do Beato Anuarite, conforme informou o Vatican News.
Através de seu canal no Telegram, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo atentado na segunda-feira, 28 de julho. Informações da missão de paz da ONU no país, a Monusco, revelaram que entre os 43 mortos estavam nove crianças, além de 19 mulheres e 15 homens. Lojas e estabelecimentos comerciais na região também foram saqueados e incendiados pelos agressores.
“Esses ataques contra civis desarmados, especialmente em locais de culto, são atos abomináveis que violam os direitos humanos e o direito internacional humanitário”, declarou Vivian van de Perre, vice-chefe da Monusco, em entrevista à BBC.
O exército congolês acredita que o ataque tenha sido uma tentativa das ADF de desviar a atenção das operações conjuntas em curso entre as forças armadas da RDC e de Uganda. O tenente Jules Ngongo, porta-voz militar em Ituri, afirmou que as forças de segurança continuarão perseguindo os responsáveis.
Desde 2021, o governo congolês autorizou a entrada de tropas ugandesas no país para combater o avanço das ADF. Ainda segundo a ONU, nos dias 8 e 9 de julho, outro ataque atribuído ao mesmo grupo matou 47 pessoas, em uma onda recente de violência crescente no leste congolês.
O Papa Leão XIV, em pronunciamento divulgado pelo Vatican News, lamentou profundamente o ataque: “Que o sangue destes mártires se torne uma semente de paz, reconciliação, fraternidade e amor para o povo congolês”.
Líderes locais relataram que os rebeldes ainda sequestraram um número indefinido de pessoas durante a ação. Segundo Lossa Dhekana, representante da sociedade civil de Ituri, os agressores levaram vítimas para a mata, e o paradeiro delas ainda é desconhecido.
A rádio Okapi, apoiada pela ONU, informou que os extremistas vieram de um reduto situado a cerca de 11 km de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança.
Nos últimos anos, o leste da RDC tem sido palco de ataques sistemáticos de diversos grupos armados. Desde 2019, as ADF declararam fidelidade ao Estado Islâmico e têm intensificado ações violentas na região. Em fevereiro deste ano, 70 pessoas foram mortas em um ataque similar a uma igreja na província de Kivu do Norte.
Com informações de Christian Daily
