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Mais de 40 cristãos são presos durante nova ofensiva no Irã

Prisões refletem intensificação da repressão contra minorias religiosas após cessar-fogo com Israel
em
17 de julho de 2025
Cristãos no Irã (Imagem Ilustrativa)

Pelo menos 43 cristãos foram detidos em diferentes regiões do Irã nas últimas semanas, em uma nova onda de repressão promovida pelo Ministério da Inteligência do país. As prisões ocorreram após o cessar-fogo com Israel e parecem integrar uma campanha mais ampla contra minorias religiosas.

Embora os motivos exatos das detenções não tenham sido divulgados, há relatos de prisões por posse de Bíblias e pela suposta colaboração com “estados hostis”, como Estados Unidos e Israel — conforme prevê um novo projeto de lei que amplia as punições para essas alegações. Tais medidas vêm sendo utilizadas especialmente contra cristãos ex-muçulmanos, frequentemente acusados de “sionismo” ou de pertencer a “seitas desviantes”.

Decisões judiciais anteriores no país já classificaram o cristianismo evangélico como uma ameaça aos valores islâmicos e à estrutura familiar, além de o associarem a influências ocidentais. A retórica contra os cristãos tem se intensificado, inclusive com órgãos estatais de mídia retratando comunidades cristãs como “traidoras” e utilizando termos pejorativos como “ratos imundos”.

Cristã denuncia maus-tratos após ser transferida de prisão

As condições carcerárias também têm gerado preocupação. Após um bombardeio atingir a prisão de Evin, em Teerã, 11 cristãos foram transferidos, e alguns deles ainda não foram localizados — levantando suspeitas de desaparecimento forçado.

Entre os casos mais alarmantes está o de Aida Najaflou, de 43 anos, cristã convertida do islã, que segue presa por não conseguir pagar a fiança estipulada. Em uma gravação recente, ela relatou a transferência forçada de mais de 60 mulheres para a prisão de Qarchak, onde enfrentam falta de água potável, alimentação adequada e condições sanitárias mínimas. “Estamos sofrendo, enclausuradas e impotentes”, desabafou.

Aida enfrenta acusações como “propaganda contra a República Islâmica” e “conluio contra a segurança nacional” por ações como orar, realizar batismos e publicar conteúdo cristão nas redes sociais. A própria Bíblia foi citada como “livro proibido” em sua acusação. Parte das denúncias também está ligada ao apoio ao movimento “Mulher, Vida, Liberdade” e críticas a autoridades iranianas.

Apesar da atenção internacional e dos alertas de especialistas da ONU, o governo iraniano segue utilizando repressão e intimidação para sufocar a liberdade religiosa. A atual ofensiva demonstra, mais uma vez, os riscos enfrentados por aqueles que se recusam a renunciar à fé cristã no país.

Com informações de Portas Abertas

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