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Fumaça e chamas saem de um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza, segunda-feira, 21 de julho de 2025. (AP/Jehad Alshrafi) |
O governo de Israel rejeitou veementemente uma declaração conjunta assinada por 25 países ocidentais — incluindo Portugal, Reino Unido, Austrália, Canadá, França e Itália — que pedia um “cessar-fogo incondicional e permanente” na Faixa de Gaza. O documento também expressa críticas à condução israelense diante da grave crise humanitária no território palestino.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel classificou a declaração como “desligada da realidade”, argumentando que ela transmite “uma mensagem errada ao Hamas” e ignora a verdadeira causa da continuidade do conflito. “Todas as declarações e apelos deveriam ser direcionados à única parte responsável pela ausência de um acordo para libertação dos reféns e pelo cessar-fogo: o Hamas, que iniciou esta guerra e insiste em prolongá-la”, afirmou o ministério em comunicado oficial.
Segundo o governo israelense, o grupo terrorista tem rejeitado de forma “teimosa” a mais recente proposta de trégua — aceita por Israel — e estaria conduzindo uma campanha de desinformação contra o país. “O Hamas está deliberadamente aumentando a fricção e causando danos aos civis que buscam ajuda humanitária”, acrescentou o comunicado.
Israel criticou a comunidade internacional por, em um momento crítico de negociações, emitir declarações que podem enfraquecer os esforços diplomáticos. “A declaração falha em direcionar a pressão corretamente. Em tempos tão sensíveis, seria mais prudente evitar posicionamentos que apenas confundem e desinformam”, concluiu a nota.
Apesar do apoio de vários países à declaração conjunta, algumas nações europeias importantes, como Alemanha, República Checa, Hungria e Eslováquia, optaram por não assinar o documento. Ainda assim, a Alemanha expressou “profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica, especialmente após a intensificação da ofensiva militar israelense em Gaza”.
Israel tem expandido suas operações militares para áreas de Gaza que até então não haviam sido alvos, como forma de aumentar a pressão sobre o Hamas e forçar o grupo a aceitar o cessar-fogo proposto.
A posição israelense permanece firme: qualquer solução duradoura passa necessariamente pela desmilitarização do Hamas e pela libertação de reféns israelenses ainda em poder da organização.