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Nigéria: novos sequestros em massa alarmam a população nigeriana

Extremistas islâmicos armados voltam a atacar e ameaçar comunidades rurais.
em
11 de agosto de 2025
Imagem Ilustrativa

Um vídeo gravado em uma floresta e divulgado nas redes sociais na Nigéria voltou a expor a gravidade da crise de segurança no país. Na filmagem, um jovem refém pede às autoridades de Zamfara que negociem a libertação do grupo. O material, publicado por um militante islâmico, mostra ainda o rapaz lendo um texto que responsabiliza o governo nigeriano por não dialogar com os sequestradores. “Só no nosso acampamento há 150 pessoas. Em outros, são mais de 200 reféns”, afirma.

Poucos dias depois, homens armados ligados a grupos extremistas atacaram um vilarejo, matando 11 moradores e sequestrando mais de 50. Os episódios reacenderam o temor de uma nova onda de raptos em massa no país.

O ano de 2025 já registra uma série de ataques brutais. Entre os casos mais marcantes estão os sequestros simultâneos de 287 crianças em Kuriga e de 200 pessoas em Gamboru Ngala, ocorridos no mesmo dia.

O que está por trás desses crimes?

Segundo Frans Vierhout, do Observatório de Liberdade Religiosa na África, os sequestros são usados para financiar redes criminosas envolvidas no tráfico de armas, drogas e pessoas. Em alguns casos, as exigências são desproporcionais. No rapto ocorrido em Chikun, em fevereiro de 2024, os criminosos pediram US$ 11 bilhões — valor superior ao orçamento anual da Nigéria.

Para Vierhout, no entanto, o objetivo pode ir além do dinheiro. “A principal função do Estado é garantir a segurança. Quando esses grupos mostram que podem sequestrar livremente, eles dizem à população: ‘Nós controlamos sua segurança, não o governo’. Isso mina a confiança no Estado e abre espaço para que um novo poder se estabeleça. É assim que um governo pode ruir”, explica.

Nos últimos meses, notícias de raptos e assassinatos se tornaram frequentes no país. As consequências não atingem apenas as vítimas diretas, mas também milhares de pessoas forçadas a abandonar suas casas para proteger suas famílias.

Informações da Fonte original Portas Abertas

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