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Foto: Arte sobre foto de William White / Unsplash |
Nos últimos anos, um novo modelo de igreja evangélica vem ganhando espaço no Brasil e no mundo. Conhecidas popularmente como "igrejas da parede preta", esses ministérios adotam uma estética moderna: salões escuros, iluminação cênica, fumaça, telões LED e música ao estilo pop-rock. Mas por trás da aparência arrojada e das pregações motivacionais, surgem sérias questões sobre a fidelidade ao Evangelho de Cristo.
O apelo visual e emocional
A ambientação dessas igrejas é pensada para criar impacto emocional. Os cultos lembram produções de shows, com uso intenso de luzes, vídeos e trilhas sonoras dramáticas. A ideia é atrair principalmente jovens e pessoas cansadas da “religiosidade tradicional”. O problema é que muitas vezes o foco deixa de ser Cristo e passa a ser o entretenimento.“As pessoas saem dizendo que o culto foi ‘incrível’, mas não conseguem lembrar um versículo sequer que foi pregado”, comentou um pastor reformado, pedindo anonimato. “Isso é um sinal de alerta.”
Pregações sem confrontos
Outro ponto de crítica é o conteúdo das mensagens. Muitos líderes dessas igrejas evitam temas como pecado, arrependimento, inferno ou juízo final. Em vez disso, oferecem mensagens centradas no “eu”: autoestima, prosperidade, cura interior e autoajuda espiritual.“É um evangelho sem cruz. Jesus é apresentado como coach, não como Salvador”, disse um teólogo pentecostal.
Contradições visíveis
Apesar de falarem de amor, graça e aceitação, essas igrejas muitas vezes agem com forte controle sobre os membros, promovem líderes como celebridades e constroem verdadeiros impérios financeiros. A ostentação de palco contrasta com o discurso de humildade, e o evangelismo de rua vai sendo deixado de lado em favor de campanhas online e seguidores nas redes sociais.“O problema não é a parede ser preta. O problema é o coração da mensagem ter se tornado cinza”, diz um ex-membro, que deixou uma dessas igrejas após perceber a falta de ensino bíblico sólido.
O que a Bíblia diz?
O apóstolo Paulo alertou que nos últimos dias, muitos “não suportariam a sã doutrina, mas se cercariam de mestres segundo suas próprias cobiças” (2 Timóteo 4:3). A aparência moderna não é o erro em si, mas quando a forma suplanta o conteúdo, a fé perde seu poder de transformação.Conclusão
A Igreja de Cristo deve estar no mundo sem ser do mundo. Pode usar tecnologia, pode ter excelência, mas não pode negociar a verdade. Igrejas da parede preta podem atrair multidões, mas cabe a cada cristão discernir: essa igreja está me aproximando da cruz ou apenas massageando meu ego?Redação Cristão News