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O Paquistão é o 8° país da Lista Mundial da Perseguição 2025 (Imagem Ilustrativa) |
Um levantamento de três anos conduzido por uma organização cristã no Paquistão resultou no relatório “Esperança Atrás das Grades”, que expõe o tratamento degradante dado a prisioneiros de minorias religiosas, considerados como “intocáveis” tanto por agentes penitenciários quanto por outros detentos.
“Eram apenas seis pratos para cem pessoas. Tínhamos que revezar entre nós para conseguir comer. Fomos colocados em um quarto que já havia servido para pacientes com tuberculose, onde seringas usadas ainda estavam espalhadas pelo chão”, contou Zakria John (nome fictício), um cristão que esteve preso no país.
Discriminação por amor a Cristo
O relatório aponta um sistema desigual: detentos muçulmanos recebem benefícios como redução de pena ao memorizar o Alcorão ou observar o Ramadã. Entre 2022 e 2025, quase dois mil prisioneiros muçulmanos nas províncias de Punjab e Khyber Pakhtunkhwa foram favorecidos com essa política. Nenhum preso de minorias religiosas obteve vantagens semelhantes.Embora alguns afirmem não ter sofrido preconceito, diversos cristãos descrevem situações de extrema humilhação e insalubridade. A Comissão Nacional para Justiça e Paz, responsável pela pesquisa, enfrentou resistência das autoridades, o que dificultou a coleta de dados.
Zakria John também relatou que 100 prisioneiros cristãos foram privados de copos e obrigados a beber água em recipientes destinados a banheiros. “De vez em quando, um funcionário arriscava nos dar um pedaço de sabão, mas era questionado quando descobriam. Depois de usar o banheiro, muitas vezes tínhamos que limpar as mãos esfregando-as na parede”, relatou.
O estudo ainda levanta questionamentos sobre o número real de detentos de minorias religiosas no país. Enquanto autoridades de Punjab registram oficialmente 1.180 não muçulmanos presos, um único cristão encarcerado relatou ter identificado mais de 500 apenas em uma prisão da província.
Com informações de Portas Abertas