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Mais de 100 cristãos são mortos em ataques na República Democrática do Congo

Militares das ADF atacaram comunidades cristãs em Ntoyo e Potodu
Publicado há
em
15/09/2025

Cristãos são deslocados por causa da violência (Imagem: Portas Abertas)


Na noite de segunda-feira (8), militantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF) promoveram ataques contra duas comunidades na República Democrática do Congo (RDC), resultando em mais de cem mortos em apenas dois dias.

Em Ntoyo, mais de 70 cristãos foram assassinados. Já em Potodu, na região de Oicha, pelo menos 30 pessoas perderam a vida. Imagens que circulam em aplicativos de mensagens revelam a brutalidade: corpos espalhados pelas ruas e cabanas de barro, além do desespero de famílias que sobreviveram ao massacre.

De acordo com o reverendo Mbula Samaki, da igreja 55e CEBCE Mangurejipa, o ataque em Ntoyo começou por volta das 21h, durante o velório de um membro da comunidade cristã. “Eles chegaram de repente e começaram a matar. Foram 26 mortos só no velório”, contou. O administrador local, Macaire Sivikunula, disse à Reuters que a maioria foi assassinada com facões.

O balanço é devastador: mais de 70 mortos apenas em Ntoyo, cerca de 100 pessoas sequestradas, além de casas, motocicletas e veículos incendiados. “É uma tragédia sem precedentes”, lamentou o reverendo Mbula, que escapou por pouco. Segundo ele, havia passado pelo vilarejo menos de 30 minutos antes do massacre.

Na manhã seguinte, os extremistas voltaram a agir. Dessa vez, atacaram agricultores cristãos em Potodu, assassinando homens e mulheres em suas plantações e também quem retornava para casa. “É uma noite de luto e dor para os cristãos”, declarou o pastor Paluku, acrescentando que várias pessoas continuam desaparecidas. Parte dos corpos foi levada ao necrotério do Hospital Geral de Oicha.

O medo fez muitos moradores fugirem das áreas atacadas. Os sobreviventes buscaram refúgio em famílias da região ou se deslocaram para comunidades vizinhas. Igrejas, como a 3e CBCA Njiapanda, abriram espaço para acolher os deslocados, mas enfrentam dificuldades. “As pessoas estão traumatizadas. Muitos recusam-se a dormir na igreja, temendo novos ataques como o do velório”, relatou o reverendo Alili.

Os ataques frequentes vêm abalando a fé da população. “No mês passado já enfrentamos várias chacinas, e agora mais esta tragédia. Senhor, venha em nosso socorro”, desabafou outro líder cristão.

Autoridades do governo visitaram as comunidades atingidas para prestar solidariedade, mas líderes locais pedem mais proteção. A organização Portas Abertas condenou a violência e fez um apelo global: “Pedimos oração pela igreja no Congo, para que os cristãos encontrem conforto em Deus, provisão em meio ao deslocamento e força para permanecer firmes diante da perseguição”, declarou Jo Newhouse, porta-voz para a África Subsaariana.

Fonte: Portas Abertas

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