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Teólogo John Piper (Imagem: Print Instagram) |
O teólogo e pastor John Piper incentivou os cristãos a adotar uma postura de “pureza radical” diante de uma sociedade dominada por imagens sexualizadas. Para ele, seguidores de Cristo devem assumir o compromisso de nunca consumir intencionalmente conteúdos que exponham nudez em filmes, séries, televisão ou plataformas digitais.
“À medida que me aproximo da morte e do encontro com Jesus, em que prestarei contas da minha vida, fico cada vez mais convicto da minha decisão: jamais olharei, de forma proposital, para programas, filmes, sites ou revistas que contenham nudez. Nunca”, declarou Piper, de 79 anos, chanceler do Bethlehem College and Seminary, em um episódio recente do seu podcast Ask Pastor John.
Segundo ele, essa posição não é legalismo, mas vivência da liberdade conquistada por Cristo na cruz. Citando Tito 2:14, Piper reforçou que Jesus não apenas morreu para perdoar pecados, mas também para purificar o seu povo. “Tratar a cruz como se ela fosse apenas um perdão pelo pecado de assistir à nudez, e não como poder para nos libertar dela, é desonrar o sacrifício de Cristo”, disse.
O autor do ministério Desiring God destacou a ordem bíblica entre justificação e santificação: primeiro, o pecado é cancelado pelo sangue de Cristo; depois, o Espírito Santo purifica o crente em sua caminhada de santidade. Essa convicção, afirmou, fortalece os cristãos na luta contra “pecados dos olhos e do coração”.
Piper também denunciou a forma como a mídia ocidental normaliza a luxúria, seja em propagandas, videoclipes, influenciadores ou séries de streaming. “O mundo precisa de cristãos que pareçam estrangeiros, que vivam como alienígenas radicais, apaixonados por Deus e comprometidos com a pureza”, afirmou.
Entre as 12 razões que o levaram a rejeitar qualquer tipo de nudez na mídia, ele mencionou a ordem bíblica para a santidade (1 Pedro 1:15) e a equivalência feita por Jesus entre luxúria e adultério (Mateus 5:28-29). Piper destacou que ver cenas de nudez provoca pecado tanto em homens quanto em mulheres.
Ele reforçou que verdadeira liberdade está em Cristo, e não no consumo de impureza. Para Piper, assistir à nudez “entorpece o coração para ver e desfrutar de Deus”, ao contrário da pureza, que “aproxima da intimidade divina” (Mateus 5:8).
O pastor ainda destacou que, diferentemente da violência fictícia retratada em filmes, a nudez diante das câmeras é real. “Atrizes ficam realmente nuas diante de milhões, obedecendo a instruções explícitas dos diretores. Isso não é ficção”, disse, acrescentando que o sexo deve ser visto como “um dom sagrado reservado ao contexto do amor conjugal” e não como espetáculo público.
Piper também criticou a ideia de que grandes produções precisam de nudez para alcançar qualidade artística, chamando de hipocrisia o fato de muitos cristãos assistirem a cenas que jamais aceitariam que suas próprias filhas encenassem. Ele reforçou a necessidade de os crentes aplicarem o princípio de Romanos 14:23: “Se houver dúvida, não faça.”
Embora algumas produções hollywoodianas tenham reduzido a frequência de cenas eróticas, relatórios como o do Parents Television and Media Council apontam aumento na exibição de genitais masculinos em séries como Euphoria, da HBO. Outras produções populares, como Game of Thrones, The White Lotus e Hunting Wives, também investiram fortemente em nudez explícita.
A posição de Piper contrasta com a de alguns comentaristas culturais, como Andrew Klavan, que defendem maior liberdade artística, incluindo cenas de nudez. Já líderes cristãos como o rapper e pastor Trip Lee compartilham da mesma preocupação de Piper, alertando que tal exposição “pode alimentar desejos pecaminosos e enfraquecer a vida espiritual”.
Com informações de The Christian Post