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Extremistas hindus agridem pastor até desmaiar e incendeiam Bíblias na Índia; cristãos vivem com medo

Fiéis são espancados durante culto cristão em Chhattisgarh; perseguição religiosa cresce na região.
em
5 de julho de 2025

Cadeiras quebradas no ataque à igreja na vila de Borsi, distrito de Dhamtari, Chattisgarh, Índia, em 8 de junho de 2025. (Morning Star News)


No dia 8 de junho, uma igreja cristã localizada na vila de Borsi, distrito de Dhamtari, estado de Chhattisgarh (centro da Índia), foi alvo de um ataque violento por parte de extremistas hindus. Segundo relatos do pastor Wakish Sahu, os agressores invadiram o templo durante um culto da Penial Prayer Fellowship, armados com pedaços de madeira e entoando slogans religiosos como “Jai Shri Ram” (Salve, Senhor Rama).

O grupo destruiu cadeiras, ventiladores e instrumentos musicais, além de recolher toda a literatura cristã — incluindo Bíblias — que foram posteriormente queimadas. O pai do pastor, Mannohan Sahu, de 57 anos, foi brutalmente espancado com bastões e chutes, sofrendo diversos ferimentos na cabeça, ouvidos, peito e costas. Ele chegou a desmaiar após levar vários golpes no rosto e na cabeça.

Temendo que ele tivesse morrido, os próprios agressores o forçaram a beber água para tentar reanimá-lo. No total, 15 pessoas que participavam do culto foram agredidas, inclusive a mãe do pastor Wakish, que se feriu ao tentar proteger o marido. Sete pessoas — entre elas duas mulheres — precisaram de atendimento hospitalar.

De acordo com Wakish Sahu, apenas uma pequena parte dos agressores era da própria vila; a maioria era formada por desconhecidos de fora. Embora uma denúncia detalhada tenha sido feita à delegacia de Maganlodh, a polícia ainda não registrou um boletim formal sobre o ataque.

Após o episódio, muitos membros deixaram de frequentar os cultos por medo. A congregação, que antes contava com cerca de 50 fiéis, foi reduzida a um pequeno grupo familiar de 10 pessoas.

Repetição da violência

Essa não foi a primeira vez que a igreja sofreu ataques. Em junho de 2024, uma ação semelhante também foi registrada. Desde então, a igreja passou a ser monitorada pela polícia aos domingos, com patrulhas verificando a presença de visitantes de outras vilas — algo que os policiais insistem em proibir.

No dia do ataque mais recente, a polícia fez sua ronda matinal como de costume, perguntando se havia visitantes de fora e depois se retirou. Minutos após a saída dos policiais, a agressão começou. Quando os oficiais retornaram, apenas mandaram os agressores irem embora — o que fizeram imediatamente, levantando suspeitas de que o ataque já era do conhecimento das autoridades.

Mais tarde, o pastor e outros líderes cristãos tentaram registrar uma queixa formal na delegacia, mas encontraram os extremistas esperando do lado de fora, aparentemente prontos para atacá-los novamente. A polícia ofereceu escolta parcial até suas casas, mas os agressores os seguiram por mais de um quilômetro antes de mudar de rota e vandalizar outra casa cristã na região.

Outros ataques na região

No dia 29 de junho, a Igreja Elohim, também em Dhamtari, foi invadida por membros do grupo nacionalista hindu Bajrang Dal. Eles interromperam o culto com cantos religiosos hindus. A polícia chegou e dispersou o grupo, mas apenas registrou um relato informal do incidente, sem abertura de investigação formal.

No mesmo dia, outras igrejas no distrito também sofreram tentativas de invasão. Uma delas, liderada pela pastora Rekha Mahilanh, foi abordada por extremistas que agrediram um jovem visitante de 21 anos. A pastora e outras mulheres da congregação enfrentaram os agressores, que usaram algum tipo de spray para tentar dispersá-las, mas acabaram desistindo e partindo para outro templo.

Diante da escalada da violência, líderes cristãos locais — incluindo os pastores Raju Verghese, Alok Majumdar e o reverendo Diamond Phillius, presidente do Fórum Cristão de Dhamtari — entregaram um memorando às autoridades, pedindo providências e mais proteção para as igrejas da região.

Crescimento da perseguição na Índia

Segundo a organização Portas Abertas, a Índia ocupa atualmente o 11º lugar na Lista Mundial de Perseguição 2025, que destaca os países com maior hostilidade aos cristãos. Em 2013, o país aparecia na 31ª posição.

Especialistas em liberdade religiosa atribuem o aumento dos ataques a um clima político hostil aos cristãos, alimentado pelo governo da Aliança Democrática Nacional, liderado pelo Partido Bharatiya Janata (nacionalista hindu), desde que Narendra Modi assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2014.

Publicado originalmente por Morning Star News

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