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Anwar Kenneth, cristão de 72 anos acusado de blasfêmia. (Foto: Morning Star News) |
A Suprema Corte do Paquistão absolveu Anwar Kenneth, um cristão de 72 anos que passou 23 anos no corredor da morte por suposta blasfêmia. A corte reconheceu que sua condição mental o tornava inimputável, anulando a sentença de morte imposta em 2002 após ele enviar uma carta expressando sua fé cristã e rejeitando a profecia de Maomé.
Mesmo sem usar linguagem ofensiva, Kenneth foi condenado sob a controversa Seção 295-C, que prevê pena de morte obrigatória por insultos ao profeta do Islã. Durante o processo, ele recusou representação legal, afirmando que Deus era seu conselheiro.
A decisão da Suprema Corte, considerada corajosa diante da pressão de grupos islâmicos, foi elogiada pelo advogado Rana Abdul Hameed, que assumiu a defesa com apoio da Jubilee Campaign Netherlands. Ele destacou que o caso pode impactar positivamente outros prisioneiros com transtornos mentais acusados de blasfêmia.
Kenneth, ex-vice-diretor do Departamento de Pesca, era conhecido por sua fé firme e por escrever cartas sobre temas religiosos. Uma dessas mensagens foi interpretada como ofensiva e usada para condená-lo. Sua irmã, Reshma Bibi, afirmou que ele nunca desrespeitou figuras sagradas.
O Paquistão enfrenta críticas por sua legislação sobre blasfêmia. Em 2024, foram registrados 344 novos casos, e desde 1987, quase 2.800 pessoas foram acusadas, com ao menos 104 vítimas de execuções extrajudiciais. O país ocupa o 8º lugar na Lista Mundial de Perseguição da Portas Abertas.
Com informações de Guiame